terça-feira, 29 de março de 2011

Não busque uma religião, e sim a Deus!

A tempos não escrevo nada voltado a religiosidade neste blog, porém venho escrevendo alguns textos reflexivos, e sempre que me empenho na reflexão de algo naturalmente me apego a reflexão religiosa.

Nunca foi segredo para ninguém que eu sou Umbandista declarado e orgulhoso, porém não confundam...não tenho por objetivo neste blog ser tendencioso ou um "chato" religioso...porém não temos como negar que a religiosidade, a fé, a crença faz parte do cotidiano na vida de cada um de nós, e reflexões sobre todos os aspectos da vida, uma hora ou outra irá convergir em crença, em superioridade divina, e tenho como base para isso a minha religião, então tento inspirar meus leitores a reflexão independente de sua religião, baseado nos meus conceitos sobre não religião, mas sobre vida.

Porém nessas reflexões não posso deixar de tentar esclarecer conceitos umbandistas, pois infortunadamente esta religião ainda e pouco conhecida, porém muitas vezes muito julgada por palavras não fundamentadas.

Ultimamente venho refletindo sobre o conceito que os leigos sobre a umbanda tem de que somos uma religião de vários deuses. Na verdade esse é um conceito antigo pregado por filósofos religiosos judaicos, cristãos, islamitas, em suas épocas, tentando convencer a humanidade que eram adoradores de um único Deus verdadeiros, e que os das demais religiões eram adoradores de deuses "pagãos" de "demônios" de "ídolos de pedra" etc.

Isso me recorda de um fato. As religiões não são fundadas por Deus, as religiões são fundadas por homens, logo, são discutíveis, questionáveis por seguidores de outras religiões, pois somos humanos, passiveis de falhas, e nunca estaremos a altura de fazer algo perfeito. Porém este antigo embate, sempre existiu e infelizmente este tema já serviu de pano de fundo de muitos interesses humanos, mesquinhos e que nada de divino havia neles.

Fato este contribuiu pra que muitas pessoas optassem pelo ateísmo ou abstinência religiosa, pois estavam cientes que os interesses pessoais muitas vezes estavam a frente dos interesses religiosos, da verdadeira fé.

Deus está acima de toda picuinha de seguidores de religião X ou Y, e temos que ter este discernimento, de entender que Deus não representa o egoísmo humano, e nada tem a ver com maus frutos que nascem nestes berços.

Não conheço ninguém em sã consciência que possa afirmar como é Deus, que já tenha o visto ou falado diretamente com ele, e que me apresente quem já o tenha....digo isso pois Deus não tem forma, é invisível a nosso olhar, é inefável, é sim a nossa fé que nos coloca em comunhão com Ele, e dele recebemos seus eflúvios divinos que nos alteram, nos extasiam, nos encantam, nos inspiram e nos impulsionam ao nosso virtuosismo em busca da evolução espiritual e do ser.

Deus é o estado divino da vida e da criação, fato esse O torna presente em nós através da nossa "vida" e torna-se sensível através dos nossos mais elevados sentimentos de fé. E isso pessoas bondosas de TODAS as religiões porque o sentem presentes em suas vidas. Deus está em todos, com o dom da vida, como também interage com todos através dos sentimentos puros e nobres.

E como Deus não é propriedade de ne­nhuma religião, e sim algo que per­ten­ce à todos os que Nele crêem e agem de acordo com suas leis reguladoras da vida e seus princípios sustentadores do nosso caráter da moral, das virtudes, dos verdadeiros sentidos da vida.


Cada um, independente da religião que segue, sente e entende Deus ao seu modo e segundo sua percepção e seu estado de consciência.

Na Umbanda, todos os seus segui­dores crêem na existência de Deus e não questionam a sua existência e nem o inferiorizam, colocando-o ao mesmo ní­vel das divindades Orixás, e sim, o en­tendem e o situam como o divino cria­dor Olorum, que tudo criou e que criou até os Sagrados Orixás.

O entendemos co­mo a Origem de tudo e como o Susten­tador de tudo o que criou e con­fiou a gover­nabilidade dos Sagrados Orixás, os governado­res dos mui­­tos aspectos da Criação e es­tados da Criação. Na Umbanda tudo é muito bem hierarquizado, e nada se compara ou se iguala ao divino criador, é bom que isso fique muito claro, a Umbanda é uma religião MONOTEÍSTA.

Em se tratando de Deus e das reli­giões, todas seguem o mesmo modelo de organização, pois dois, não há!

Religiões são como famílias e para existir uma nova família é preciso de um homem, uma mulher, uma casa e filhos.

Não há outra forma de ter uma fa­mí­lia organizada e auto sustentável fora desse modelo. E o mesmo acontece com as religiões: um único modelo orga­niza­cional para todas.

Uma vez que Deus é um só e a for­ma de “tê-lo” em nós e Dele nos aproxi­mar­mos é a mesma para todos, assim como é o destino dos corpos enterrados nos cemitérios. Então nesse caso não há nada de novo ou diferente desde que o mundo começou a existir. Apenas exis­tem diferenças nas formas de apre­sentação das religiões, pois umas são rústicas, práticas e simples. Outras são elaboradíssimas, iniciáticas e comple­xas, como é o caso da Umbanda, com­pre­en­dida por uma minoria.

Mas no mundo infinito da eternidade todos somos iguais, e unos, somos todos irmãos pois somos criação do mesmo pai, e tudo isso ficará claro quando chegar o momento em nossa caminhada em que não teremos classificação de crença por religião, e sim de todos por Deus!

3 comentários:

  1. Felipe,

    Nasci e me formei dentro da Umbanda, segui para os caminhos da filosofia e magia fundamentada nos mesmos princípios de minha formação. Somos Cia.Eiros neste caminho e fico feliz em perceber o teu entendimento. Corretíssimo.
    Um abraço!

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  2. Obrigado pelas palavras Cia.Eiro, e acredito que tenhamos o mesmo entendimento pois trilhamos os mesmos caminhos, me formei nos caminhos da filosofia e magia fundamentada e depois me formei espiritualmente na Umbanda, sempre andando de mão dada com a filosofia e magia, por isso pensamos iguais, e por isso somos Cia.Eiro no caminho!

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  3. Eu acho ótimo seus posts sobre a Umbanda, pois muitas pessoas não conhecem e acham x, y e z sobre o assunto...e é totalmente diferente.

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